Em 2019, as exportações do Estado de São Paulo somaram $48,36 bilhões (21,6% do total nacional) e as importações $59,35 bilhões (33,5% do total nacional), registrando déficit de $10,99 bilhões, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta).
O saldo do comércio exterior paulista seria mais deficitário se não contasse com o desempenho da agricultura. No ano passado, o agronegócio apresentou exportações de $15,13 bilhões e importações de $4,69 bilhões, resultando em um superávit de U10,44 bilhões, afirmam José Alberto Angelo, Marli Mascarenhas Oliveira e Carlos Nabil Ghobril, pesquisadores do IEA.
No período analisado, os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio foram: Complexo Sucroalcooleiro ($4,07 bilhões, sendo que desse total o açúcar representou 76,9% e o álcool 23,1%), Carnes ($2,25 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 85%), Sucos ($1,83 bilhão, dos quais 97,4% referentes a sucos de laranja), Produtos Florestais ($1,68 bilhão, com participações de 57,7% de papel e 32,4% de celulose), e Complexo Soja ($1,61 bilhão). Esses cinco agregados representaram 75,6% das vendas externas setoriais paulistas.
Desses grupos, o Sucroalcooleiro – primeiro lugar no ranking de vendas externas paulistas – apresentou resultados negativos devido à conjuntura mundial de maior produção nos últimos três anos, elevando o estoque global e diminuindo a cotação da commodity no mercado internacional. O grupo Carnes – segunda posição na pauta de exportação – apresentou avanços de 5,6% em valores e menor volume (-5,1%) em relação ao ano anterior, sendo que a carne bovina foi o produto de maior contribuição nesse resultado, com crescimento de 9,7% em valores e 1,8% em volume exportado, explicam os pesquisadores.
Para o grupo do Café, os resultados se mantiveram positivos entre 2018 e 2019, com destaque para o café verde com variação positiva de 10,7% em valores e de 35,2% em quantidades exportadas. Alguns produtos de grupos de menor expressão na pauta paulista vêm apresentando resultados bastante satisfatórios em seu desempenho, é o caso do algodão e do milho em grão, concluem os pesquisadores.Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista, a China ($2,92 bilhões e 19,3% de participação) é o principal parceiro comercial de São Paulo, seguidos pela União Europeia ($2,76 bilhões, 18,4%) e Estados Unidos ($2,01 bilhões, 13,3%). Na sequência aparecem Arábia Saudita (2,7%), Bangladesh (2,3%), e Argélia, Japão e Coréia do Sul (2,2%).
Balança Comercial do Brasil
A balança comercial brasileira registrou superávit de $46,66 bilhões, com exportações de $224 bilhões e importações de $177,34 bilhões. Na análise setorial, as exportações do agronegócio alcançaram $96,79 bilhões (43,2% do total nacional), enquanto as importações registraram $13,77 bilhões (7,8% do total nacional), gerando um superávit do agronegócio foi de $83,02 bilhões.
Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio foram: Complexo Soja ($32,63 bilhões), Carnes ($16,52 bilhões), Produtos Florestais ($12,90 bilhões), o grupo de Cereais, Farinhas e Preparações ($8,13 bilhões, sendo 90% do milho em grão), e Complexo Sucroalcooleiro ($6,26 bilhões). Esses cinco grupos agregados representaram 79% das vendas externas setoriais brasileiras.
Em relação aos destinos das exportações do agronegócio brasileiro, a liderança permanece com a China ($31,01 bilhões e 32% de participação), seguida pela União Europeia ($16,74 bilhões, 17,3%), Estados Unidos ($7,18 bilhões, 7,4%), Japão ($3,34 bilhões, 3,5%), Irã ($2,21 bilhões, 2,3%) e Hong Kong ($2,1 bilhões, 2,2%).
A participação paulista no total da balança comercial brasileira apontou valores de 21,6% nas exportações e de 33,5% de representatividade para as importações. Para o agronegócio, as exportações setoriais de São Paulo representaram 15,6% em relação ao agronegócio brasileiro, já as importações representaram 34,1% do total nacional.
Recent Comments