Acreditar no Brasil e investir nas relações comerciais bilaterais são os principais fatores impulsionadores da BACCF (Brazilian American Chamber of Commerce of Florida). Este motto sempre existiu e vem sendo enfatizado pela atual diretoria que assumiu o mandato para este ano. Como fez questão de frisar Antonio Cássio Segura, o novo presidente da entidade, “o comércio internacional é um grande fomentador de riquezas, pois gera empregos, estabelece novos marcos, incentiva inovação e contribui muito para a ampliação da competitidade de um país – condição fundamental para o sucesso de uma nação no médio e longo prazo. A BACCF atua diariamente para incrementar a cultura empresarial de um só mercado mundial, expandido e sem fronteiras. É desafiador, mas contagiante ao mesmo tempo”!

Para entender a dimensão exata da importância da BACCF no atual cenário econômico, entrevistamos Cássio Segura sobre os planos da maior câmara binacional para 2018.

Quais são os planos da diretoria da BACCF para este mandato? Há alguma novidade prevista em relação às gestões anteriores?

A principal missão da BACCF é incentivar e apoiar empreendedores, empresas e o comércio entre o Brasil e a Flórida. O Conselho Administrativo e a equipe de executivos da Câmara pretende manter esse foco que é permanente e tem visão de longo prazo. O Brasil é o principal parceiro comercial da Flórida há anos e ainda enxergamos boas oportunidades comerciais que podem ser exploradas tanto por empresas brasileiras quanto locais e nós, da Câmara, nos colocamos como um facilitador desse processo.

A quantidade de associados da BACCF é suficiente ou há intenção de expandir o número de membros?

A BACCF é a maior Câmara Binacional da Flórida e vem angariando associados continuamente, uma vez que estes valorizam as ações da instituição. Sendo assim, não limitamos a quantidade de associados e novos representantes são sempre bem-vindos.

Como a BACCF pretende relacionar-se com outras Câmaras de Comércio da Flórida como Central Flórida, BBG e Brazil-Florida Business Council? Você acredita que a união de forças possa ser benéfica para os empresários brasileiros e americanos que atuam nos dois países? E que tipo de relacionamento existe com AmChamber de São Paulo?

Com o objetivo de aproximar a BACCF de outras associações e câmaras e identificar possíveis sinergias na forma de atuar, criamos o Comitê de Parcerias Estratégicas que vêm buscando dialogar com uma vasta gama de entidades com o objetivo de trocar experiências e melhores práticas. Esperamos que o resultado venha através da melhoria dos serviços, do apoio prestado aos associados e no direcionamento cada vez maior de ações para um objetivo comum, que é a ampliação da corrente de comércio entre o Brasil e a Flórida.

Os estrangeiros têm muita participação na BACCF? Percentualmente quanto representam?

Por se tratar de uma entidade que atua na promoção do comércio bilateral entre o Brasil e o estado da Flórida, é natural que grande parte dos nossos associados sejam empresas brasileiras ou empresas locais de propriedade de empresários brasileiros. Empresas americanas e de outros países afiliadas à Câmara o são por já possuírem, ou pretenderem desenvolver, uma relação comercial com o Brasil, reconhecendo a BACCF como uma instituição relevante para atingirem tal objetivo. Essas empresas veem o Brasil como um parceiro importante e promissor, possuindo uma visão estratégica de longo prazo, não sendo impactadas pela eventual volatilidade de curto prazo no mercado. 

Qual importância da BACCF para os órgãos oficiais de comércio do Estado da Flórida? E com as Câmaras de Comércios americanas e também de outros países? Há troca constante de informações sobre como melhorar e aprimorar os negócios? Se for real, de que maneira isto é feito?

A BACCF é reconhecida como peça importante na manutenção e ampliação do comércio entre o nosso estado e o Brasil pelos orgãos oficiais do governo do estado, dos condados e das cidades. Somos interlocutores constantes e convidados a contribuir das mais diversas formas à estratégia contínua de desenvolvimento e ampliação dos mercados. Nesse sentido, reitero a relevância da criação do Comitê de Parcerias Estratégicas, que vem atuando de forma conjunta não só com entidades independentes de apoio ao comércio Brasil-Flórida, mas também com entidades governamentais como a Enterprise Florida e o The Beacon Council, entre outras.

De que maneira o governo da Flórida reconhece a participação da BACCF no incentivo e intermediação dos negócios entre Flórida e Brasil?

O governo da Flórida possui contínua interlocução com a BACCF e participamos de diversas ações que contam com o apoio de instituições estaduais, bem como com o apoio do Consulado Geral do Brasil em Miami. Isso demonstra o reconhecimento e a visão de parceira estratégica que a Câmara possui junto ao Governo do Estado e demais entidades.

Você está se aposentando do Banco do Brasil e entrando em outra atividade. Poderia falar mais sobre este novo desafio?

Atendendo ao desejo da minha família de se estabelecer em um local mais específico e residir permanentemente na Flórida optei, após 30 anos de carreira no Banco do Brasil, por me aposentar e buscar novos projetos localmente. Gostaria de compartilhar que nesses 30 anos junto ao BB, minha família e eu nos mudamos diversas vezes. Meus filhos, de 14 e 12 anos, já frequentaram mais de sete escolas, ou seja, mudaram de escola há cada dois anos. Acredito que é importante oferecer estabilidade a eles e optei por priorizar a minha família. Tive muito sucesso no BB e sou grato a Deus, à minha família e à empresa pelas oportunidades que tive. 

Em rápidas palavras, como avaliaria sua gestão à frente do Banco do Brasil Americas?

Fui muito feliz no BB Americas. O banco possui um time de profissionais competentes e dedicados que realmente se preocupa em atender e superar as expectativas dos clientes. Iniciamos nossa trajetória há cinco anos com US$84 milhões em ativos e encerramos 2017 com US$594 milhões e lucro superior a US$10 milhões, com retorno sobre o investimento de 17.7% ao ano. Resultados grandiosos para um time dedicado e clientes fiéis que valorizam o nosso trabalho. Saio pela porta da frente e com a sensação de dever cumprido. Novos profissionais virão e com certeza darão continuidade a essa história vencedora.

Você acredita que os planos do banco serão mantidos após seu desligamento?

Com certeza. No Banco do Brasil, trabalhamos constantemente para enfatizar que ninguém individualmente é maior que a instituição. O BB possui planos estratégicos definidos para a operação do BB Americas e, com a minha saída, outros profissionais virão e continuarão o trabalho.