A globalização abriu portas profissionais que antes pareciam ser inalcançáveis. Cresceu o número de brasileiros cotados a trabalhar no exterior. Carreiras relacionadas ao mercado financeiro, administração e análises de mercado externo, além de atuantes na área de tecnologia, como Tecnologia da Informação e Engenharia de Computação, estão entre as profissões que têm conquistado espaço internacional.

No ano passado, uma pesquisa do Instituto Datafolha revelou que a intenção de jovens detentores de nível superior em deixar o país está no nível mais alto dos últimos anos. Dados da Receita Federal indicam que, desde 2014, o número de declarações de brasileiros que deixaram o país em definitivo cresceu 74%. No começo da década, em média, 9.000 pessoas deixaram o país por ano. Em 2014, foram 12.241. Em 2017, o número chegou a 21.236.

Os dados do Instituto Datafolha revelam que cerca de 70 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais deixariam o Brasil se pudessem. Na pesquisa, feita em todo o Brasil, 43% da população adulta manifestou desejo de sair do País. Entre os que têm de 16 a 24 anos, a porcentagem vai a 62%. São 19 milhões de jovens com intenção de deixar o Brasil, o equivalente a toda a população de Minas Gerais, por exemplo.

Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Portugal estão entre os países que mais contam com a mão de obra brasileira. O êxodo não fica apenas na intenção. O número de vistos para imigrantes brasileiros nos EUA, país preferido dos que querem mudar, foi a 3.366 em 2017.

Internacionalização de carreiras

Para o jornalista brasileiro, Rodrigo Lins, que ganhou o ‘Green Card’ para residir permanentemente nos Estados Unidos pouco mais de dois anos após sua chegada ao país, o sistema imigratório americano tem privilegiado os cérebros e talentos profissionais de estrangeiros. O jornalista explica que a categoria de vistos imigrantes concedidos por habilidades extraordinárias ou excepcionais em diversas áreas do conhecimento tem sido uma opção imigratória de brasileiros que desejam levar a carreira para os EUA.

“Passamos por uma grande mudança de perfil imigratório aqui nos Estados Unidos. Há pouco mais de 10 anos os imigrantes brasileiros eram atraídos por ofertas de trabalho em funções operacionais e mais braçais no território americano. Ao chegar nos EUA, comecei um estudo sobre as possibilidades imigratórias permanentes para estrangeiros e me deparei com a categoria de Green Cards concedidos pelo governo americano para profissionais de sucesso vindos de outro país – o conhecido ‘Visto Einstein'”, revela Rodrigo Lins.

Para o jornalista, internacionalização de carreiras é uma forma de ‘entrar pela porta da frente’ nos Estados Unidos com reconhecimento do mérito intelectual do profissional. Os vistos EB-1 A, EB-2 e O garantem possibilidades imigratórias para profissionais brasileiros que queiram levar suas carreiras para os Estados Unidos como especialistas em diferentes áreas.

“O processo para obtenção dos documentos de residência permanente exige a contratação de advogados de imigração especializados na lei americana. Mas, no todo, basta o profissional apresentar provas de sua carreira bem sucedida para que merecer avaliação do seu pedido em território americano. É uma chance espetacular para aqueles que querem ter a chance de morar e trabalhar legalmente nos EUA”, explica Rodrigo Lins.

O jornalista brasileiro escreveu um livro para contar sua experiência e consolidar uma espécie de ‘manual de internacionalização de carreiras profissionais para os EUA’. O livro explica desde os principais tipos de visto imigrantes e não imigrantes, até metodologias para aplicação e tramitação do processo.

Rodrigo Lins mostra o caminho das pedras

Lins listou brevemente alguns tópicos que são melhores explorados no livro “Internacionalize-se”, obra que será lançada neste ano com eventos confirmados em cidades como Brasília, Maceió, São Paulo e Rio de Janeiro.

Se você deseja internacionalizar sua carreira, atenção aos tópicos a seguir:

– Especialize-se o máximo que puder em sua área de atuação, seu currículo é seu cartão de visita. Seus diferenciais intelectuais poderão ser determinantes para sua estadia profissional em outro país;

– Domine outros idiomas. Esta exigência é quase obrigatória. Alguns profissionais estão indo muito além do inglês e espanhol, e procurando dominar novos idiomas, como o mandarim, por exemplo;

– Antes de escolher para qual país deseja migrar sua carreira, informe-se sobre o mercado e oferta de vagas em sua área;

– Tenha apoio profissional. Cada país possui sua política imigratória e para que você se adeque a todas as condições legais, o apoio jurídico é fundamental;

– Por fim, mas não menos importante, o psicológico também precisa de preparo. Mudar de país, se afastar dos ciclos sociais, viver uma em uma imersão cultural diferente da sua, além de fatores externos como adaptação a um novo clima, devem ser considerados.

Mestre em Comunicação, jornalista correspondente, empreendedor e escritor. Rodrigo Lins é brasileiro, residente permanente na Flórida-EUA. Dirige a agência de comunicação, marketing e imprensa Onevox Creative Solutions com sede nos EUA e representações no Brasil, Canadá e Europa. É graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas, Especialista em Jornalismo Político, Especialista em Produção Audiovisual e Mestre em Comunicação pela Universidade Católica de Brasília. É colunista na Rádio Justiça – veículo do Supremo Tribunal Federal e coleciona coberturas de correspondência para veículos como Globo News, Metropoles, Correio Braziliense, Agência Brasil, Rádio Nacional, entre outros.