Entrar no mercado americano não é tão difícil, porém, permanecer nele e crescer é tarefa dura. Alpha Sourcing experimentou a primeira fase e agora está vivenciando a segunda, com a vantagem de ter sabido aproveitar a experiência e, assim, capitalizar sua presença em território americano.
O segredo, aliás, é usar o escritório de Miami como hub para os negócios internacionais da empresa. Ou seja, atuar no mundo todo sem se preocupar exclusivamente com o mercado interno do país. “Com o conhecimento que tenho de 12 anos operando no mercado asiático e dois anos desenvolvendo sourcing, nossa empresa tem todas condições de oferecer aos clientes as melhores alternativas em termos de negócios”, garante José Carlos Gimenez, presidente da Alpha Sourcing.
Dessa forma, a empresa atua como agente intermediador entre importador e exportador sem, no entanto, ficar apenas na confortável posição de indicador de negócios. Na verdade, Alpha Sourcing coloca à disposição das duas partes sua expertise como empresa internacional, com escritórios em várias partes do mundo.
Mais do que isto. Como empresa de sourcing, atua na pesquisa e desenvolve produtos para abastecer diferentes mercados. Muito além da mera intermediação, Alpha Sourcing atua efetivamente na cadeia produtiva. Para se ter uma ideia, a companhia conta com o VAT, um instrumento usado pelos próprios exportadores chineses. Este incentivo é uma arma poderosa na guerra comercial, pois concede entre 10 e 17% de desconto de alíquota na pauta dos exportadores do gigante asiático.
Presença no local e busca por parceiros em todo mundo
Para demonstrar sua efetividade, Alpha Sourcing tem uma unidade de 550 m2, com dezenas de funcionários, bem em frente à Canton Fair, considerada a maior feira de exportação do mundo. Cantão, para quem não sabe, é há dois séculos considerada a porta de entrada para a China.

José Carlos Gimenez, presidente e fundador da Alpha Sourcing
Ou seja, quem negocia com a companhia, tem a certeza de que está em boas mãos, porque tudo é feito com base em pesquisas e com seriedade. Não é à toa que o grupo tem mais de 500 clientes ativos. O objetivo é exatamente educar os clientes: “Queremos que eles entendam que nossa missão extrapola o mero relacionamento comercial. Nosso posicionamento é o de um parceiro que auxilia na consecução dos negócios e presta assistência para que tudo saia bem”, enfatiza Gimenez.
Dentro desta política, a empresa realiza uma auditoria completa junto aos seus fornecedores, com a contratação de uma empresa de auditoria conceituada e terceirizada. “Normalmente, eles verificam todos aspectos na linha de produção, na distribuição e fazem visitas cíclicas para comprovar o padrão de qualidade. Isto nos permite indicar um fornecedor fidedigno que muito provavelmente não deixará nosso cliente na mão, pois a auditoria é efetuada antes do carregamento”, comentou Alberto Suannes, gerente da Alpha Sourcing.
Em busca desse diferencial, a companhia vai pesquisando fornecedores em todos lugares do planeta. Assim, acabaram descobrindo alguns fabricantes na Polônia – um país que oferece produtos de qualidade a baixo custo, com mão de obra acessível e meios de produção eficiente. “A Polônia é a China da Europa”, definiu Gimenez.
Por falar em China, a Alpha Sourcing está presente na Canton Fair em abril capitaneando um grupo de empresários brasileiros que desejam usufruir das vantagens disponíveis pelos fornecedores chineses.
Grupo consolidado no Brasil
A presença internacional somente tem sido possível graças à força do grupo no Brasil. Gimenez é sócio do ítalobrasileiro Ricardo Vulcano na Capital Trading, a segunda maior trading independente do Brasil, que vem crescendo exponencialmente. Para se ter uma ideia, hoje o movimento decorrente de suas operações com clientes atinge R$3.8 bilhões.
O conhecimento da legislação tributária por parte de Gimenez torna a Capital Trading uma excelente opção, pois ela assume a operação e permite ao cliente escolher a melhor maneira de importar seus produtos.
Isso acaba se tornando uma operação lucrativa para o importador e também para a própria Capital Trading. A fim de baratear os custos, Capital Trading usa os incentivos fiscais do ICMS concedidos pelo estado de Santa Catarina e repassa estes benefícios aos seus clientes. Deste modo, eles pagam apenas 4% de ICMS ao estado em vez de pagar o imposto de 18% de ICMS cobrado por São Paulo. O ganho da Capital Trading advém do gap entre os 4% pagos pelos clientes e o imposto de 1.4% pago por ela aos governos destes estados. “Embora possa parecer pouco, é vantajoso também para o tesouro destes estados por que a quantidade de produtos movimentada é enorme. Portanto, cobram menos, mas ganham no volume”, explicou Gimenez, enfatizando ainda que, em muitos casos, a Capital Trading assume também o despacho aduaneiro, pois opera com todos os modais de transporte.
KG Inter e KG Line
Gimenez tem ainda outras duas companhias: KG Inter e KG Line. Elas operam por encomenda dos clientes e também por compra e venda. Nestes casos, a escolha recai sobre o estado de Rondônia que cobra somente 0.6% de ICMS para as duas empresas usarem seu território.
Rondônia é outra opção usada pelo grupo. “Novamente, por operarmos com todos modais, usamos todos recursos disponíveis: portos, aeroportos, rodoviário e ferroviário. De 2017 para 2018, a empresa cresceu 98%”, revelou Gimenez. E Suannes completa: “Operamos como importadora, distribuidora e prestadora de serviços”. No caso de Rondônia, a lucratividade é ainda maior, pois os clientes pagam 4% de ICMS enquanto KG Inter e KG Line pagam 0.6% ao estado. O forte da KG Inter são os segmentos têxteis, de brinquedos e utensílios domésticos.
A KG Line segue os mesmos princípios da KG Inter, mas opera com produtos que tem restrições em Santa Catarina, como vidros e embarcações. O fato de estar distante dos grandes centros atrai poucas empresas para Rondônia, cujo forte é o setor agropecuário, no entanto, serve para trabalhar com estas linhas de produtos. O empresário admite que Santa Catarina é mesmo sua base, até porque dispõe de cinco portos marítimos: São Francisco do Sul, Ibituba, Itajaí, Navegantes e Itapoá. A KG Line registrou um crescimento de 43% de 2017 para 2018.
Mesmo com as dificuldades vividas pelo Brasil, o grupo como um todo vem crescendo com consistência. Com uma carteira de quase 350 clientes (entre eles várias multinacionais) e operando todo tipo de mercadoria, o grupo comandado por Gimenez saiu de R$3 para $4 bilhões de faturamento e a previsão é atingir R$4.8 bilhões em 2019. Como a maioria dos empresários, está acreditando num ressurgimento do Brasil após um período de incerteza. Para isto, no entanto, ele admite que a reforma previdenciária é vital para o país retormar o ritmo de crescimento.
ERRATA: Na matéria publicada na edição de setembro de 2018 sobre Alpha KG Company, algumas informações estavam incorretas. Gostaríamos de esclarecê-las para não restar mais dúvidas. Alberto Suannes e Bruno Zulini foram referenciados como funcionários da Capital Trading. Na verdade, eles trabalham para Alpha Sourcing, e foi publicado Alpha Searching quando na verdade a empresa atua como Alpha Sourcing.
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