*Por Daniel Toledo

Essa é a história de um caso que tivemos, iniciado em janeiro de 2018, no qual demoramos oito meses na implantação, estruturação e análise de dados. Trata-se de um cliente de uma cidade do interior de Goiás, um administrador de empresas, dono de uma fazenda frutífera.

Ele tem cidadania espanhola e decidiu vir para os Estados Unidos com a família, com intuito de gerenciar alguma atividade que envolvesse a fazenda no Brasil. Como gosto de fazer coisas diferentes, resolvemos pensar em algo interessante que se encaixasse com o desejo dele.

Encontrei uma área para locação de 2.3 acres na região de Hamster, na saída da Reserva Ecológica Nacional, um lugar com chácaras e sítios, onde há casa de campo, de veraneio, etc. O local também concentra produção e criação de alimentos e animais. Havia duas casas que precisavam de reforma. Gastamos no máximo 10 mil dólares. No total, esse espaço tem quase 10 mil metros quadrados.

Chegamos à conclusão, com base na análise de um engenheiro agrônomo contratado para auxiliar no projeto, de que o cliente conseguiria plantar algumas frutas, tanto de consumo mais comum até espécies exóticas. Com esse mix, seria possível aproveitar bem a área, e o proprietário conseguiria também fazer algumas divisões para deixar a terra produtiva como ele queria.

Também foi contratado um casal que irá morar no local e cuidar da administração, do plantio e cultivo, enquanto o cliente fará toda a parte de venda e distribuição. Além disso, está sendo preparado uma área de entretenimento para promover atividades com crianças aos finais de semana, algo comum por aqui. Elas podem fazer um tour pela fazenda, colher o que mais agrada, pesar e pagar pelo que escolheram.

De acordo com a última previsão de faturamento, realizada no mês de abril, restou o montante de 6 mil dólares. A atividade está indo para o quarto mês de atividade, e a implantação desse negócio começou há menos de um ano. A produção dos frutos, venda, negociações começaram em dezembro, logo que esse cliente conseguiu o visto.

Ele plantou 685 pés de pitaya, mas a área não está totalmente ocupada. A previsão, segundo o engenheiro agrônomo, é chegar a 1300 pés até março do próximo ano, ou seja, ainda não está no limite da capacidade do empreendimento. Ainda é possível crescer bastante.

O investimento nesse projeto foi de 163 mil dólares exatos, incluindo 30 mil dólares de fluxo de caixa. De folha de pagamento, hoje, ele tem gasto em torno de 6 mil dólares mais o comissionamento pela venda, ou seja, o casal ganha 3 mil dólares cada um, mais ou menos, além de 1% do que for vendido. Tudo isso contando já conta de água, energia e outras despesas.

Esses números coincidem com o previsto no plano de negócio. Na verdade, a previsão de faturamento no primeiro ano era de 5 mil dólares. E há possibilidade de crescimento, como constatei pessoalmente. O terreno está com mais ou menos 60% de aproveitamento. Ele também quer criar algumas cabras para produzir leite e queijo, além de investir na produção de ovos de codornas.

Esse é um exemplo daquilo que sempre digo: tentar direcionar seu projeto para algo que você gosta muda todo o astral demonstrando que o visto não é a causa, mas, sim, consequência. Hoje, ele e a família moram legalmente nos Estados Unidos e fazem aquilo que amam, que é trabalhar com a terra.

*Daniel Toledo é advogado especializado em direito internacional, consultor de negócios, sócio fundador da Loyalty Miami e da Toledo e Associados. Para mais informações, acesse: http://www.loyalty.miami ou entre em contato por e-mail contato@loyalty.miami. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 62 mil seguidores http://www.youtube.com/loyaltymiami com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender nos Estados Unidos. A empresa também possui sede em Portugal, Espanha, Londres e, em breve, em São Paulo.