Comece em boa companhia. A construção da imagem e credibilidade de um negócio estão basicamente apoiadas na comunicação. Um negócio só é bom se for devidamente comunicado. Da mesma forma como a melhor mensagem é aquela que é bem compreendida. Na mesma via transita a etiqueta de negócios, vitrine que expõe muito mais que educação e boas maneiras. Demonstra comportamento profissional acurado e cuidado com imagem.

Esse cuidado é traduzido como fineza de trato nos negócios, que é sem dúvida sempre notado e muito bem apreciado entre os profissionais e empresários. Não por acaso as empresas investem no treinamento social de seus funcionários e representantes. Uma gafe por falta de etiqueta pode custar caro. A tão esperada promoção, uma boa oportunidade de negócio ou o emprego dos sonhos podem ir pelos ares durante os segundos de um deslize. Gafes podem ser evitadas a tempo. Basta procurar saber do que se trata.

Conhecer o protocolo do mundo empresarial é prudente e deve fazer parte da agenda cotidiana do homem de negócios, especialmente para os que estão em constante contato com o mercado internacional. Antes de entrar nele é bom familiarizar-se com a cultura do país e ficar por dentro das regras e da etiqueta própria de cada um. O mesmo vale para a comunicação empresarial, pois ambas andam juntas e respeitá-las não é uma escolha, é uma necessidade. Para ficar claro, cumprir um protocolo não se trata de esnobismo. É uma atitude esperada quando o assunto é imagem, que por sua vez está intimamente ligada ao comportamento.

Agilidade das ferramentas digitais e dos meios de comunicação influenciaram mudanças do mundo corporativo e de negócios, porém a necessidade de uma apresentação profissional apropriada continua tão importante quanto indispensável. A formalidade pode ser relaxada em algumas circunstâncias, mas até para ser informal há regras que determinam como e quando são permitidas. Numa emergência é válido pedir a costumeira ajudinha do santo Google, porém nem sempre é um socorro satisfatório para as dúvidas, e pode até ser desastroso. O mais acertado é não arriscar e pedir ajuda a quem entende do assunto. A solução fica mesmo por conta de um bom treinamento social.

Relações comerciais no Exterior

Os diplomatas tiram de letra. São treinados para isso. No mundo dos negócios não deve ser diferente. Hoje não há como desculpar a falta de conhecimento quando o assunto é etiqueta e comunicação empresarial. Há cursos, livros e empresas especializadas em coach empresarial, que preparam para mais esse desafio. Para transitar com confiança no mundo dos negócios no exterior, “um empresário deve conhecer e estar bem preparado para lidar com o ambiente no qual irá trabalhar”, aconselha a consultora Louana Oliveira, da Avros Corporation na Flórida, empresa de consultoria especializada em assessorar empresários brasileiros na expansão de seus negócios para o mercado americano.

Experiente profissional, dá preciosas dicas, destacando alguns cuidados fundamentais para o empresário que vai pisar em terras estrangeiras, começando pela pontualidade. “No Brasil somos mais tolerantes com o atraso, mas aqui fora pode ser visto como descaso com o compromisso”, adverte ela. “Os cuidados que demonstram respeito com os envolvidos na reunião começam na apresentação, que deve preocupar-se desde disponibilizar um cartão de visitas de forma que o estrangeiro possa entender, a preparar-se para a comunicação verbal e escrita no idioma em que transcorrerá o encontro de negócios. Objetividade, conhecimento sobre sua empresa e participantes são igualmente importantes e bons aliados da autoconfiança. Acima de tudo, é preciso estar muito atento com os falsos cognatos, grandes traiçoeiros da linguagem em outro idioma”, pontua a consultora.

Há ainda muito mais a considerar na relação empresarial entre estrangeiros, especialmente quanto às diferenças entre as culturas de negócio. Conhecer e entender essas diferenças coloca o empresário em posição de vantagem. Um bom exemplo “é a dificuldade do brasileiro em dizer não, enquanto o americano é direto e objetivo para recusar o que não lhe convém”, cita ela.

A consultora recomenda ainda que “atenção deve ser dobrada no início do relacionamento, quando a imagem começa a ser construída. Não se trata apenas de causar boa impressão no primeiro contato. É mais do que isso. Demonstra que o empresário sabe onde está pisando.”