*Por Carlo Barbieri
Muitos fatores, como o desejo de expansão atrelada à alta do dólar, incitam o desejo e o objetivo de entrar no ramo de exportações de produtos agrícolas, seja uma produção de porte pequeno, médio ou grande. Independentemente da capacidade produtiva, a capacidade exportadora é um processo diferente e que exige detalhado planejamento de diversos processos burocráticos, logísticos e financeiros.
Uma empresa que deseja começar o processo de internacionalização deve analisar e conhecer os produtos brasileiros mais vendidos nos Estados Unidos, país que concentra um grande mercado consumidor e é um importante parceiro comercial do Brasil.
Além de mercadorias já consolidadas no comércio entre as duas nações, novas oportunidades e mercados podem surgir de acordo com as tendências de consumo. Por isso, é fundamental estar por dentro das novidades para planejar novas estratégias.
Em 2019, as vendas do Brasil para os Estados Unidos somaram US$ 29,7 bilhões – um crescimento de 3,6% na variação anual. Isso coloca o país como o segundo maior importador de produtos brasileiros. Entre janeiro e julho de 2020, o valor é de US$ 11,8 bilhões.
Confira a seguir os produtos brasileiros mais vendidos nos Estados Unidos, com a taxa de participação no total de exportações e o volume em dólares.
2020
Produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço
10% de participação – US$ 1,19 bilhão
Celulose
5% de participação – US$ 593 milhões
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus
5,9% de participação – US$ 697 milhões
Demais produtos – Indústria de transformação
4,3% de participação – US$ 500 milhões
Café não torrado
4,2% de participação – US$ 491 milhões
De acordo com as disposições da lei dos Estados Unidos contidas na Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos dos Estados Unidos, os importadores de produtos alimentícios destinados à introdução no comércio interestadual dos Estados Unidos são responsáveis por garantir que os produtos sejam seguros, higiênicos e rotulados de acordo com os requisitos dos Estados Unidos (Todos os alimentos importados são considerados comércio interestadual).
O FDA não está autorizado por lei a aprovar, certificar, licenciar ou sancionar importadores individuais de alimentos, produtos, rótulos ou remessas. Os importadores podem importar alimentos para os Estados Unidos sem sanção prévia do FDA, desde que as instalações responsáveis pela produção, armazenamento ou manuseio dos produtos sejam registradas no FDA, e o FDA deve avisar com antecedência sobre a entrada de remessas.
Os produtos alimentícios importados estão sujeitos à inspeção do FDA quando oferecidos para importação nos portos de entrada dos EUA. O FDA pode deter remessas de produtos oferecidos para importação se as remessas não estiverem em conformidade com os requisitos dos EUA. Alimentos importados e produzidos internamente devem atender aos mesmos requisitos legais dos Estados Unidos.
*Carlo Barbieri é economista e presidente do Oxford Group
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