Entre 28 de junho e 4 de julho, 18 empresas brasileiras participaram da mais importante feira de alimentos e bebidas especiais das Américas, a Summer Fancy Food, em New York. Em ação coordenada pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp pelo quarto ano consecutivo, em parceria com a Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os empresários conheceram produtores, distribuidores e importadores do chamado ‘fancy food sector’, que concentra alimentos gourmet, regionais, orgânicos e naturais.

Em seminário com o cônsul comercial do Brasil em New York, ministro Roberto Ardenghy, o adido agrícola do Brasil nos Estados Unidos, Luiz Caruso, e o gerente do escritório da Apex-Brasil em Miami, Fernando Spohr, foram detalhados aos participantes os serviços de suporte das representações diplomáticas brasileiras locais, além do funcionamento do mercado norte-americano de alimentos e bebidas, suas tendências de consumo e possíveis canais e acesso e distribuição de produtos. Em 2017, a feira contou com 2,6 mil expositores de 57 países, 180 mil produtos e 23 mil visitantes.

Made in Brazil

O pavilhão brasileiro foi composto por diversas empresas que participaram da feira em anos anteriores, dando continuidade aos processos de internacionalização de suas marcas e produtos. Foram os casos da Guacira, que participou do evento em 2015, e da Alphabee, que esteve na edição de 2017.

Na avaliação de Davi e Piero de Sá, da Alphabee, a missão os auxiliou a entender o mercado americano e a realizar as mudanças necessárias para a adaptação de seu produto, o mel, para o acesso a este mercado. Um dos exemplos citados por eles foi a mudança do nome da empresa nos EUA. Originalmente Isis Mel, a empresa teve que criar um outro nome para os negócios nos EUA, a Alphabee, devido à referência ao grupo terrorista islâmico ISIS. Atualmente, trabalham com nomes distintos para diferentes mercados.

De olho no futuro

Na feira, um espaço dedicado a imaginar os hábitos de consumo em 2043 chamou a atenção dos empresários brasileiros. O ‘Future Market’ trouxe ideias como a rastreabilidade da carne de frango com tecnologia de ‘blockchain’ e adaptação de processos industriais de transformação de alimentos para uma experiência ‘homemade’, como moagem dos grãos de trigo e outros cereais em casa, seguindo a tendência de garantir alimentos frescos e sem conservantes.

Com foco na divulgação de produtos inovadores e incentivo ao empreendedorismo, aproximadamente 80 startups também tiveram oportunidade de expor seus produtos no evento, por meio de incubadoras. Neste sentido, uma startup de sucos naturais que trabalha apenas com itens que seriam descartados, frutas e vegetais “fora do padrões”, mas em perfeito estado de consumo, serviu como exemplo de inovação admirada pela missão brasileira. O objetivo da startup em questão foi reduzir o impacto dos mais de 30 milhões de toneladas de alimentos que viram lixo nos EUA todos os anos.