World Trade Center (WTC), em São Paulo, sediou uma reunião com um grupo de empresários na manhã de quarta-feira (21), todos interessados em participar de mercados internacionais ou aumentar sua efetividade em locais onde já estão atuando.
Alexandre Palmieri, sócio-gerente do Business Club do WTC São Paulo, abriu o encontro agradecendo o suporte de seus parceiros e apresentando o World Trade Center, fundado pela família Rockfeller, como a maior plataforma mundial de negócios.
Um dos aspectos destacados no evento foi a globalização dos meios de pagamento. Felipe Del Nero, vice-presidente de Costumer Excellence para América Latina da WorldPay, exaltou a companhia como uma das principais plataformas e líder em tecnologia e serviços para comércio, bancos e mercados de capitais em todo mundo. “Agora sob comando do Grupo FIS, sediado em Londres, a tendência é fortalecer ainda mais sua atuação nos meios de pagamento”, frisou Del Nero.
Especialistas do GBI mostram como fazer para vencer nos EUA

Manuel Suhet, CEO do Global Business Institute
“Todos vendem os EUA como o mercado mais atraente do mundo, com sucesso das empresas e realização de lucros”, comentou Suhet. O empresário reforçou que esta premissa é verdadeira, porém, é preciso seguir parâmetros a fim de evitar frustrações e perda de dinheiro.
Segundo Suhet, os motivos que levam as empresas a se internacionalizar são basicamente três: exportação de bens e serviços, processo sucessório e caos no país onde elas estão instaladas. Entretanto, antes de abrir uma companhia e começar a operar no mercado americano, é necessário fazer pesquisa de mercado, estratégia de marca e produto, business plan e plano de investimento. “Nesta fase, o GBI pode até mesmo ajudar na captação de potenciais investidores que estão dispostos a apostar em uma ideia”, enfatiza. Aí, os especialistas do GBI podem fornecer assessoria sobre estrutura da companhia e serviços de imigração para viabilizar a permanência legal dos empresários, seus familiares e executivos.
O empreendedor Suhet, com passagens em posições de liderança em grandes corporações como executivo, destacou ser a Flórida um excelente destino para os brasileiros investir. O PIB do Estado ultrapassou $1 trilhão (mais do que Argentina e Arábia Saudita) sem ter nenhuma montadora de veículos. É ainda o Estado mais próximo do Brasil e guarda semelhanças culturais com o Brasil, onde a presença de cerca de 400 mil patrícios facilita a ambientação dos recém-chegados. Além de tudo, Flórida é o maior parceiro comercial do Brasil e um dos Estados com menores impostos e custo de vida e possui agentes financeiros disponíveis para emprestar.
O sucesso das empresas no Brasil não se traduz automaticamente em sucesso nos Estados Unidos. A maior economia oferece chances, porém, lá também estão os maiores concorrentes do planeta, além de desconhecer a legislação, a cultura e o sistema tributário do país. Por não ter feito a lição de casa, alguns empresários perderam muito dinheiro por confiar em maus assessores. Daí, a importância de se cercar com profissionais gabaritados.
Quem são estes profissionais?

João Gomes
O contador João Gomes da RVG & Company tem sua formação acadêmica e profissional nos EUA. Quando um empresário pensa em abrir uma empresa há dois tipos de opções, LLC e Corporation. “Somente um especialista pode identificar qual tipo de abertura de empresa é ideal para cada objetivo. Até porque isto representa perda de dinheiro em caso de ter sido feita a opção errada”, frisa Gomes.
Uma questão destacada pelo contador é o fato de o governo cobrar impostos apenas sobre os lucros. Caso a empresa tenha tido prejuízo, o governo nada cobrará do empresário. É uma forma de evitar que empresas feneçam no início e possam se desenvolver dentro de um certo período de tempo. Ele alerta sobre dois aspectos importantes: 1) cada estado tem suas próprias leis fiscais; 2) nos EUA, não há jeitinho. Há sempre um especialista para cada assunto, contador para abrir empresas e escrituração contábil, advogado tributarista para impostos, e assim por diante. “Portanto, desconfie de quem diz que resolve tudo sozinho”, afirma.

Carmen Arce
Por falar em especialista, a advogada de imigração Carmen Arce mostrou aos cerca de 50 empresários e executivos presentes as várias formas de vistos possíveis de ser obtidos para quem deseja imigrar para os EUA.
O EB-5, um dos mais populares entre brasileiros com melhor poder aquisitivo, terá um reajuste a partir de 21 de novembro deste ano. A opção por investimentos em áreas menos populosas que hoje exige $500 mil passará para $1 milhão, enquanto investimento em áreas mais urbanas subirá de $900 mil para $1.8 milhão.
Todavia, há outras alternativas de vistos como EB-2, baseado em habilidade excepcional e em um grau avançado de estudos e pesquisas, além do EB-1, amparado por empresas que têm interesse em contratar um profissional estrangeiro para ocupar uma posição em sua equipe. Ou, então, para aqueles que são transferidos da matriz no Brasil para uma filial nos Estados Unidos.
Outro tema de interesse é o câmbio. Para tratar disso, Gabriela Lopes, gerente da B&T Global Consulting, empresa de câmbio que opera há dois anos em Miami como subsidiária da B&T Corretora de Câmbio, fez sua apresentação.
A executiva explicou que o conhecimento e a flexibilidade da B&T permitem a ela oferecer condições mais vantajosas para os clientes do que os setores de câmbio dos bancos tradicionais. Sobre a desconfiança em operar com B&T, Gabriela afirmou que a empresa segue as exigências do Banco Central contidas na Circular 3461.

Gabriela Lopes
Antes de efetuar qualquer transação, a operadora de câmbio precisa checar a legalidade do dinheiro a ser transferido, assim como a origem do dinheiro. “Se não for aprovado por nosso cadastro, não efetuaremos a remessa. Ou seja, só há realização da remessa quando tudo estiver dentro da legislação. Não nos limitamos a efetuar remessas entre Brasil e Estados Unidos. Podemos fazer transferências para Europa, Ásia e América Latina”.
Muitos imaginam que os bancos não cobram taxas por remessa. Gabriela alerta que isto não é verdade, pois o próprio spread se configura como cobrança de taxa. Mesmo em cobranças de IOF, é possível se fazer economia desde que bem analisadas.
Em meio ao evento, Palmieri realizou uma pesquisa básica que apontou alguns aspectos interessantes. Quase 50% dos presentes trabalham em empresas que já atuam em mercados internacionais, mas 21% querem expandir ainda mais sua participação. A maioria tem interesse em focar seus esforços nos EUA e Europa, sobretudo Portugal e Espanha.
Dentro do planejamento para o modelo de expansão, 30.8% estão em fase de pesquisa, enquanto 20.5% pretendem abrir uma filial de sua própria empresa no Exterior. Em relação ao E-Commerce, a estratégia de expansão internacional indica que 30.6% pretendem operar com site próprio junto com facilitadores, enquanto 27.8% optam por Marketplace.