Em tempos de revolução no Marketing, na Comunicação e na Publicidade, como podemos sobressair dentro deste emaranhado de sites, blogs e ferramentas de mídia social. Todos querem aparecer mais, porque a máxima de que a propaganda é alma do negócio ainda continua prevalecendo. Mas como fazer isto? Aí é que surgem os especialistas do Marketing Digital para orientar como se destacar na multidão.
A fim de saber mais sobre como é este admirável mundo novo, BizBrazil Magazine entrevistou Ismael El-Qudsi, radicado na Espanha, com diploma técnico em Engenharia da Computação, e cursos em Harvard e considerado um dos maiores especialistas em Marketing Online. Agora, ele está em fase de expansão da Social Publi e um dos alvos é o Brasil. Porém, ele admite, o mercado brasileiro é atraente por sua população, por seu tamanho e sobretudo por ser um dos países mais ativos em termos de mídia social.
Leia a entrevista de Ismael El-Qudsi e saiba como a mídia social é importante para as empresas nos tempos atuais.
BizBrazil Magazine – Como marketing online mudou a propaganda em sua opinião?
Ismael El-Qudsi – A verdade é que agora somos um meio. Podemos ter uma conta de Twitter, LinkedIn, Facebook. Acho que é uma grande mudança. Antes, havia 5 ou 10 grandes grupos de comunicação e agora qualquer pessoa pode gerar mídia. E as companhias precisam estar muito atentas ao lançar uma campanha. É como a mulher de César. Além de ser honesta, precisa parecer honesta. Hoje, qualquer um de nós é um gerador de mídia e um consumidor de mídia.
BBM – O que é mais importante: um consumidor de mídia ou um gerador de mídia?
IEQ – A imprensa não pode subestimar ninguém. Esta pessoa pode influenciar ou ser influenciado. Por isto, é preciso transparência empresarial. Isto depende de cada país. Alguns estão à frente, outros mais atrasados.
BBM – Aliás, quais países estão mais avançados nesta área?
IEQ – Obviamente, os países mais avançados, são EUA e países anglo-saxões como Inglaterra. Países latinos demoraram mais para entender o conceito. EUA estão há 20 anos nisto. São pioneiros. Nesta área, é preciso captar talentos, algo muito difícil. E tem de saber como cuidar dos empregados e mantê-los. Muitas companhias nos EUA pagam muito para captar talentos e mais ainda para não perdê-los para a concorrência. É como o cliente. Porque é mais difícil manter o cliente do que captá-lo. Pode-se ganhar o cliente, e também perdê-lo com facilidade se não houver um bom trabalho. Podemos falar da realidade brasileira. Antes, as pessoas ficavam 20 anos em uma empresa, agora, se não gostam, caem fora logo. As pessoas querem novos desafios.
BBM – As empresas precisam oferecer desafios para manter talentos, não? Nesta era digital, ainda está fácil para a mídia tradicional subsistir?
IEQ – Creio que este tipo de mensagem pode ser contestada, ao vermos Facebook e Google usar a mídia tradicional. Jeff Bezos comprou The Washington Post. Nos últimos anos, parecia que tudo se resumiria à mídia social. Ao vermos todo este problema enfrentado pelo Facebook com privacidade, estamos dando conta de que necessitamos de tráfego e de confiabilidade. No Brasil, também vimos as pessoas colocando notícias referentes a políticos e outros assuntos que nem sempre condizem com veracidade.
BBM – Agora com fake news as pessoas estão mais cuidadosas.
IEQ – Isto serve perfeitamente para nos darmos conta da importância da rede social. Senão, estaríamos perdidos.
BBM – Outra coisa, como uma empresa, ou blog pode fazer para impulsionar website ou blog?
IEQ – Em primeiro lugar, é preciso ter um conteúdo original. Hoje, todos copiam e colam. O que faz a diferença é o conteúdo original. E também uma rede pessoal. Criar conteúdo e ter referências pessoais marcam a diferença.
BBM – Como uma companhia ou pessoa pode se destracar neste cipoal de blogs e sites?
IEQ – Para se destacar, é preciso que outras pessoas compartilhem. É preciso ter um conteúdo que atraia. E não ficar apenas copiando conteúdo barato e querer resultados diferentes. Insistir não somente em textos, mas também recorrer a conteúdos em vídeo. Faltam muitos vídeos ainda. As gerações de hoje têm preguiça de ler, mas assistem vídeos. Querem em dois minutos saber como fazer uma feijoada., como consertar um carro. Tudo em vídeo. Para se destacar, é fundamental um conteúdo original.
BBM – As pessoas dizem que se você pagar pode-se obter melhores resultados.
IEQ – Isto pode ser feito também com publicidade. O problema é o preço a se pagar. É preciso tempo e dinheiro. Sem tempo e dinheiro não dá para concorrer. Ou seja, o aumento de visibilidade tem um preço – e não é barato.
BBM – Se não tiver um bom conteúdo também não se sustenta, não?
IEQ – Claro. O trabalho do jornalista mudou. Não se tem um trabalho 9 to 5 em uma máquina de escrever. Hoje está longe do esquema tradicional, é preciso estar antenado. A notícia está aí o tempo todo. E pode ser gerada por qualquer um. A diferença é que precisa ser gerada por uma mídia confiável, como CNN, ABC, para ouvir a opinião de cada um.
BBM – É importante então o jornalismo opinativo?
IEQ – Sim, o jornalismo opinativo é o diferencial. Notícias todos têm. É uma commoditie. É preciso analisá-la. É a parte humana da notícia.
Patricia Roth (representante da Social Publi em Miami) – Outro dia teve um menino fazendo um vídeo em um avião da Southwest Airlines e enviando em tempo real para Wall Street Journal e acabou sendo notícia em todas as canais.
IEQ -Todos são geradores de conteúdo e receptores de conteúdo. É necessário haver uma referência, uma fonte. Que analise tudo aquilo que está acontecendo.
BBM – Que companhias estão mais adiantadas em termos de mídia digital, conteúdo…
IEQ – No mundo? Todos falam de Google e Facebook, mas, para mim, o grande desconhecido é Amazon. Eles têm uma quantidade de dados impressionante, e com o este database é possível saber todos os filmes que o usuário assiste, todos livros que lê. Agora, estamos entrando na era de mídia conversando com mídia. Portanto, a nova moeda são os dados. E neste ponto Amazon está na frente.
PR- Empresas precisam saber analisar os dados…
BBM – Amazon sabe analisá-los?
IEQ – Claro. Quando alguém compra algo, eles computam aquilo. É uma precisão que me assusta. Estão em uma posição privilegiada.
BBM – Vamos falar sobre Social Publi e Social Reacher…
PR- Social Publi integra nossa inovação contínua. Agora recém-lançamos Social Reacher para empresas, que permite aos empregados da empresa ser influenciadores, compartilhem a mensagem da empresa.
IEQ – Na Social Publi, pegamos gente comum e não famosos para promover a companhia. Gente normal que é paga para fazer isto. Temos muitas pessoas que fazem isto. Tem mais de 60 mil pessoas não famosas que divulgam isto pelas redes sociais. Instagram, por exemplo, pode divulgar uma companhia.
BBM – Como é feito isto?
IEQ – Pela quantidade de amigos que você agrega. Se tenho cem amigos, recebo $5, se for mil, paga-se $50. Agora creio que antes procuravam celebrities. Hoje, buscam-se pessoas normais. A publicidade também é recomendada, segue o mesmo sistema.
BBM – E como é feito o pagamento?
IEQ – Por Pay Pal, também através de wire transfers, mas aí tem cobrança de fee. Em alguns países, no entanto, pay pal não funciona bem.
BBM – Suas empresas estão em vários países e agora pensa em entrar no Brasil…
IEQ – Brasil é um dos países que mais tem influencers no mundo. País muito sociável, grande, com mercado atrativo para as marcas, tem de estar lá.
BBM – Quando pretende começar no Brasil?
IEQ – Já estamos analisando influencers para a plataforma. O bom desta plataforma é que procuramos qualquer pessoa que queira trabalhar com mídia social. Estamos em busca de perfis em Instagram e Facebook interessantes para se unir a nós. Estamos expandindo para Europa – Alemanha, França, Itália.
Estamos em toda América Latina menos no Brasil. Primeiro, vamos nos firmar na Europa e depois vamos para o Brasil. Na Europa, os mercados são menores, mais fáceis. Brasil é tão grande que não podemos ter menos de 10 mil pessoas no sistema. No México e Colômbia temos 15 mil. Na Argentina temos 1.500. México, Colômbia e Brasil são bastante ativos em mídia social e muitos usam celulares.
BBM – No Brasil, em quanto você pensa?
IEQ – No mínimo, 10 mil influencers. Precisamos disto para começar.
BBM -Vai ter equipe lá?
IEQ – Vamos ter equipe local. País muito grande, assim como México.
BBM – Você vai fazer algum tipo de propaganda?
IEQ – Trabalhamos com estas ferramentas para as agências. Agências são nossas clientes. Na Espanha, trabalhamos com 80% das agências. Temos alguns clientes diretos, mas sempre é mais fácil trabalhar com elas. Afinal, são meus principais clientes.
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