Um levantamento da KPMG apontou as principais tendências e desafios para os setores de tecnologia, mídia e telecomunicações no atual cenário de pandemia do novo coronavírus. O documento traz ainda considerações sobre o padrão de retomada para companhias destes segmentos, como os impactos nas cadeias de suprimentos, pressão nos negócios e no caixa, além dos obstáculos a serem enfrentados com as receitas.

Para o sócio-líder do setor de tecnologia, mídia, esportes e telecomunicações da KPMG no Brasil, Dustin Pozzetti, o processo de tomada de decisão dos consumidores será diferente na realidade após a crise.

“Essa nova realidade é uma janela de oportunidade para as organizações aumentarem a geração de valor para o negócio e acionistas. Estudos apontam que a prioridade da sociedade mudou, preocupações com saúde ganham importância e vieram para ficar. Para ter uma ideia, cerca de 24% dos americanos adultos estão fortemente inclinados a repensar sua frequência em restaurantes. As marcas vão precisar reconectar com seu público, rever suas ofertas e quem tiver habilidade e agilidade poderá mudar o jogo. Um bom exemplo foi a recente notícia do Netflix no Q1/20 quando anunciou que as assinaturas mais do que dobraram em relação ao esperado. Para ser bem sucedido em capturar essas novas fontes de receita as organizações precisam reforçar suas habilidades digitais e entregar efetivamente a promessa da marca e produtos garantindo a conexão por todo processo do negócio, também chamado de Connected Enterprise”, analisa.

Segundo o levantamento da KPMG, os principais desafios e as tendências de retomada para o setor de tecnologia, mídia, esportes e telecomunicações são:

Tecnologia:

– Big Techs (grandes empresas do setor de tecnologia): Mais adaptáveis à um mundo em constante mudança, empresas digitais e de comércio eletrônico obtém posição de vantagem durante e após a quarentena com desafio no cumprimento dos prazos de entrega e demais pontos da cadeia de suprimentos quando aplicável.

– Indústria: queda na produção pelo alto impacto nas cadeias globais de suprimento, agravado pelo câmbio atual, traz preocupação na geração de receita e compromete resultados na indústria.

– Software: alta dependência e impacto da repriorização de projetos associado à carteira de clientes porém com grande oportunidade para rever posições de ataque pós crise aproveitando mão de obra qualificada.

Telecomunicações:

– Big Telco (grandes empresas de telecom) – Enfrenta desafios para manter funcionamento das redes, sistemas e atendimento. Impactos no EBTIDA em função da restrição no consumo em segmentos, modalidades e produtos B2C e B2B. Impacto da taxa de câmbio nos investimentos e aumento dos passivos contingentes relativos a consumo, emprego e cadeia de fornecimento. Retomada será gradual nos passos da economia do país, sendo momento único para revisar ofertas e transformar processos internos conectando para entregar a melhor experiência do cliente

– Provedores de Internet: Restrição de consumo e possível aumento na inadimplência traz impacto no caixa e coloca pressão sobre dívidas e ambições atingindo provedores menores que precisam construir resiliência para a retomada.

Mídia e esportes:

– Mídia: Pressão para manutenção das receitas publicitárias com efeitos diretos requerendo renegociações de contratos além de possível ajustes nos gastos. Repensar prioridades, investimentos e reinventar adotando modelos mais digitais aumentando a resiliência e acelerando recomposição de receita.

– Esportes: Grande desafio para o segmento com a suspensão de eventos esportivos, restrição de uso dos parques e cinemas além de mudança nas grades de programações, gerando alta pressão para os negócios agirem com velocidade e também para reinventar-se. Transformar para aportar agilidade ao negócio com estratégia de dados multi-cloud e uso intenso de inteligência artificial.

Sobre a KPMG

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Orientada pelo seu propósito de empoderar a mudança, a KPMG tornou-se uma empresa referência no segmento em que atua. Compartilhamos valor e inspiramos confiança no mercado de capitais e nas comunidades há mais de 100 anos, transformando pessoas e empresas e gerando impactos positivos que contribuem para a realização de mudanças sustentáveis em nossos clientes, governos e sociedade civil.