*Por Renan Hamilko
Vivemos em um momento em que o mundo respira a palavra sustentabilidade, com consumidores que procuram cada vez mais empresas que possuam políticas alinhadas às necessidades do planeta. Além de ser uma tendência que valoriza a imagem institucional do empreendimento, ela também gera retorno para os investidores.
No mercado financeiro, é possível aplicar seus recursos em ações de instituições verdes, também denominadas investimentos socialmente responsáveis (SRI). Assim, temos acesso a empresas que pensam no futuro sustentável, e geram valor para o acionista a longo prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais.
A procura por investimentos verdes vem crescendo nos últimos anos. Nos Estados Unidos, essa atividade no mercado financeiro já acontece desde a década de 80, e vem se fortalecendo ao longo dos anos. De acordo com o relatório de 2018 da US SIF Foundation – Fórum de Investimentos Sustentáveis Responsáveis -, US$12 trilhões foram investidos nos EUA seguindo os princípios SRI. Outra pesquisa da instituição citada mostra que no início de 2018 os investimentos sustentáveis nos principais mercados (Europa, EUA, Japão, Canadá e Nova Zelândia) atingiram US$30,7 trilhões em ativos.
No Brasil, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) surgiu em 2005 e foi pioneiro na América Latina. Ele busca criar um ambiente de investimento compatível com as demandas do desenvolvimento sustentável da sociedade, além de estimular a responsabilidade ética das corporações. A BM&FBovespa é responsável pelo cálculo e pela gestão técnica do índice no país e avalia anualmente as empresas para compor a seleção de ações sustentáveis. Dentre os critérios avaliados, para essa seleção, estão: o relacionamento com empregados, fornecedores e a comunidade, governança corporativa e o impacto ambiental de suas atividades.
Além das ações na Bolsa de Valores, o mercado financeiro conta com os Títulos Verdes, ou Green Bonds, que são títulos de dívida usados para captar recursos, com o propósito de implantar ou financiar projetos, capazes de trazer benefícios ao meio ambiente ou contribuir para amenizar os efeitos das mudanças climáticas.
Mas, vale lembrar: quando o investidor opta por uma carteira de ativos com empresas verdes, não significa que ele não está pensando no retorno financeiro. Pelo contrário, ao aplicar seu capital no mercado financeiro, a intenção, também, é alcançar a rentabilidade, elegendo as empresas sustentáveis como preferência.
Seja por comprometimento pessoal ou por acreditar que essas empresas possuem mais chances de permanecer produtivas, pelas próximas décadas, e sofrerão menos passivos judiciais, com ações ambientais, trabalhistas e sociais, os investimentos verdes ajudam a cobrar das iniciativas privadas políticas que colaborem para o futuro sustentável do planeta.
Sobre Renan Hamilko
Renan Hamilko é sócio-fundador da Allez Invest. Ele trancou o curso de Medicina no quarto ano porque o mundo dos negócios e a paixão pela economia sempre falaram mais alto. Graduando do curso de Administração de Empresas da UFPR, com experiência no HSBC, como assessor de investimentos na Montenegro Investimentos, e como sócio na Capital MNG Investimentos (indicado o escritório revelação XP 2017), é o precursor e mentor da ALLEZ.
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