*Rodrigo Neves
A Região Norte do Brasil apresenta dados alarmantes de atraso no ciclo de desenvolvimento virtuoso, quando comparado ao restante do Brasil. É a região com o pior índice de gestão municipal consolidado — IGMA – http://igma.aquila.com.br/ , onde encontram-se os municípios mais críticos e com maior dificuldade em prestar serviços e investimentos mínimos adequados à população.
Brasil – 53.15
Sul – 63.81
Sudeste – 60.12
C. Oeste – 56.45
Nordeste – 4.,9
Norte – 40.34
Com uma população de 18 MM de pessoas, cerca de 9% da população nacional, a região contempla sete estados da federação e 448 municípios. O estado com os melhores índices municipais é Rondônia e encontra-se apenas na 11ª colocação, entre os 27 estados do país.
Palmas – TO é um oásis no meio do deserto. O município apresenta um IGMA de 68,54, ou seja, considerado desenvolvido, ocupa a 689ª no ranking nacional e a 2ª melhor posição entre as capitais brasileiras. Seus pilares de eficiência fiscal e educação atingiram patamares considerados excelentes para o padrão brasileiro. Praticamente não há municípios do norte do país entre os 25% melhores municípios brasileiros. Uma situação preocupante para os moradores da região.
Todos os pilares estruturais encontram-se em situação crítica e isso impacta diretamente a vida do cidadão. Atualmente, cerca de 29% da população é classificada como pobre, o dobro da média nacional. O PIB per capita da região é de R$ 19 mil reais, enquanto a brasileira encontra-se na faixa de R$ 30 mil.
No que tange à infraestrutura, o acesso a saneamento básico é assustador. O Brasil já não é uma referência nesse quesito, uma vez que apenas 81% das famílias têm esse tipo de acesso, mas na região é ainda mais crítico, quando o índice é de apenas 48%. Imagine, a região com os principais afluentes fluviais do país é aquela com pior cuidado a tratamento de água.
Os impactos em desenvolvimento humano não poderiam seguir caminho diferente. Na região apenas 7% da população completou o ensino superior (30% menor que a média nacional). A taxa de analfabetismo beira 11.5%, refletindo um desempenho 17% pior que a média brasileira. E a taxa de mortalidade infantil encontra-se na casa de 15.31 a cada 100 mil habitantes, 20% acima da média nacional.
Temos visto nas redes sociais e noticiário nacional que a Região Norte está em chamas, me arrisco a dizer que do ponto de vista de desenvolvimento municipal há muitos anos….
*Rodrigo Neves – Sócio consultor do Aquila Consultoria em Gestão. Economista pela UFMG, pós graduado em Finanças pela PUC MG, Black Belt em Lean six sigma e com 10 anos de consultoria em gestão, atuando em diversos segmentos, sendo especialista em excelência comercial, gestão pública e inteligencia competitiva.
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