O Ibovespa encerrou o pregão de ontem em queda de -1.73%, fechando aos 99.595 pontos. O índice não terminava um pregão abaixo dos 100 mil pontos desde 13 de junho, tendo sido negativamente impactado pelo noticiário político a respeito da disputa em torno do teto de gastos e da situação do ministro da Economia Paulo Guedes dentro do governo. O dólar fechou em alta de 1,26%, aos R$5,49, seguindo a mesma tendência de aversão a risco. As taxas futuras de juros fecharam novamente em alta ontem, com o aprofundamento de preocupações fiscais. No curto prazo, o mercado deu sinais de esperar manutenção da taxa Selic em 2%, após dias de apostas em novo corte. DI jan/21 fechou em 1,92%; DI jan/23 encerrou em 4,03%; DI jan/25 subiu para 5,89%; e DI jan/27 fio para 6,91%.
Nesta manhã, mercados globais operam em território levemente positivo tanto na Ásia como na Europa, assim como os futuros do índice S&P nos Estados Unidos.
Na frente internacional, a Convenção Nacional Democrata começou nesta segunda-feira (17) nos Estados Unidos, de maneira virtual. Nos quatro dias do evento, que deve oficializar a candidatura de Joe Biden à presidência dos EUA, líderes das diferentes alas do partido, como Bernie Sanders, Bill Clinton, Andrew Cuomo, Michelle Obama e Barack Obama, entre outras autoridades e artistas devem se reunir virtualmente para impulsionar a campanha democrata.
Em economia, sob pressão do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve vincular a discussão do Renda Brasil à proposta para antecipar medidas de ajuste das contas públicas, como forma de cumprir o teto de gastos. O programa social substituirá o auxílio emergencial de R$ 600, que tem conseguido garantir a popularidade do presidente mesmo com a pandemia da Covid-19.
No noticiário econômico, também ganhou destaque uma matéria dizendo que, mesmo com a pandemia, o governo prevê cortar o orçamento do Ministério da Saúde para R$127,75 bilhões em 2021. Se a proposta for confirmada, o orçamento da Saúde para 2021 pode ser R$ 47 bilhões inferior ao limite de gastos alcançado durante a pandemia, o que tende a aumentar a pressão por mais espaço no teto de gastos.
Na frente política, tanto o presidente Bolsonaro como o ministro Paulo Guedes buscaram expressar mensagens para apaziguar preocupações a respeito da posição do ministro dentro do governo. Em entrevista à CNN, Bolsonaro afirmou que a saída de Guedes “nunca foi cogitada”. Do outro lado, o ministro Guedes afirmou que conta com a confiança do presidente e vice-versa, e que nunca houve atos em direção contrária.
Do lado das empresas, nós atualizamos nossos modelos do setor de Papel & Celulose e rolamos nossos preços-alvo para 2021. Reiteramos Compra para Suzano e Klabin, com preços-alvo de R$65/ação e R$32/ação, respectivamente. Acreditamos em demanda saudável por papeis e embalagens e vemos os preços de celulose como muito próximos de um fundo, na medida em que se encontram há muito tempo abaixo do custo marginal (~US$500/t, em nossa opinião). Corroborando nossa visão, os preços de celulose de fibra curta na China tiveram alta relativamente forte na semana (+US$3,7/t), para US$445/t. Esperamos uma reação positiva das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje (18).
Finalmente, na frente de resultados trimestrais, o Magalu reportou resultados do 2T20 acima das nossas estimativas, apesar de negativamente impactados pelo fechamento temporário das lojas no trimestre, conforme esperado. A receita no período veio 8,6% acima das nossas expectativas, com a operação de varejo físico apresentando uma queda de vendas no conceito mesmas lojas de -50,9% A/A (vs. Nossas estimativas -61%). O e-commerce foi novamente o principal destaque positivo, tendo apresentado um sólido crescimento de vendas de +181,9% na comparação anual (vs. +72,6% no 1T20), incluindo a aquisição da Netshoes. Mantemos a nossa recomendação Neutra para as ações da Magazine Luiza (MGLU3) com preço-alvo de R$78,0 ao final de 2020.
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