Antes de mais nada, preciso fazer uma confissão: não sou saudosista e vejo com entusiasmo a evolução da tecnologia. Entretanto, há que se fazer sempre uma reflexão. Será que o novo é sempre melhor do que o antigo? Pelo que vemos, alguns itens valem mais depois de passados anos de existência, como vinhos e carros antigos.
Chegamos a uma época onde as mídias sociais são os oráculos do nosso tempo atual. Afinal, tudo é medido pelo número de likes que determinado assunto, pessoa ou foto recebe. A facilidade de comunicação teve o mérito de dar voz àqueles que tinham muito para dizer, mas não possuíam os meios para fazê-lo. Em contrapartida, abriu a porteira para manifestações racistas, bullying, ideias preconceituosas, esnobes e idiotas de quem se esconde por trás de uma tela de computador e do recôndito de suas mentes doentias despejam o que há de pior para os seres humanos.
Recentemente, nos Estados Unidos e Brasil, as chamadas fake news desempenharam papeis preponderantes nas eleições de governantes e parlamentares. Está claro que isto não se limita a um determinado grupo politico – elas foram (e continuam sendo) veiculadas de acordo com o gosto do freguês. E quando falamos em freguês, o termo representa com exatidão seu significado. Seja por meio de compensação financeira ou por ideologia, as fake news tomaram conta das mídias sociais.
Legisladores de todo mundo democrático discutem como conter as fake news e punir quem publica conteúdo inautêntico. Esse esquema aproveita o ecossistema utilizado para oferta automática de anúncios online e suga o investimento de grandes empresas em páginas com alto tráfego, porém, com baixa confiabilidade. Já surgiram até mesmo empresas como a ClickCease, martech israelense especializada na identificação e bloqueio automático de fraudes do tipo.
O anunciante dessas mídias sociais há de se perguntar: o que isto tem a ver comigo? A resposta é tudo. O anunciante coloca seu dinheiro neste tipo de mídia na esperança de ver seu produto ou serviço ligado a notícias de interesse geral e, de repente, percebe estar fazendo um mau investimento. Nesse sentido, o mesmo aparato e tecnologias utilizados para influenciar o debate público de forma danosa é usado para lucrar de forma indevida com o dinheiro gasto por pequenas e grandes empresas em anúncios digitais, que remuneram o publisher por click.
Os clicks são gerados de diversas formas. Há, como exemplos, o uso de fazendas de clicks na Ásia, em que trabalhadores contratados por salários baixíssimos passam dias clicando em anúncios de forma ininterrupta, ou tráfego automatizado gerado por bots ou programas de computador. Como um todo, esta indústria de clicks enganosos causou um prejuízo de $35 bilhões em 2018, de acordo com a Juniper Research – empresa especializada em pesquisa de mercado na área digital.
Evidentemente, não estamos advogando que todos devem retirar seus anúncios nas mídias sociais – até porque nós mesmo recorremos a esses recursos. Entretanto, faz-se importante o anunciante saber separar o joio do trigo. Afinal, de nada vale injetar milhares de dólares em um tipo de mídia cuja fonte de notícia é baseada em informações falsas ou tendenciosas, o que acaba por contaminar a próprioa reputação do anunciante.
Assim, vale muito mais a pena investir em veículos com menos visibilidade, mas com muito maior credibilidade. Afinal, likes podem ser comprados, mas credibilidade é um bem inegociável. A BizBrazil Magazine faz questão de seguir os princípios da credibilidade, sustentáculo indispensável para um veículo de comunicação que preza as notícias verdadeiras.
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