Antonio Tozzi
Na segunda e terça-feira dessa semana de setembro foi realizada a 23ª edição da Americas Food & Beverage, no Miami Beach Convention Center, com centenas de expositores de vários países, entre eles, o Brasil, que teve 28 empresas presentes.
Organizado em parceira com o Setor Comercial do Consulado Geral do Brasil em Miami e a Conceito Brasil, que há 15 anos coordena a participação das empresas brasileiras na maior feira de alimentos dos Estados Unidos. Conforme explicou Tatiane Rodrigues, diretora da Conceito Brasil, “esta feira tem produzido bons resultados aos expositores, por isto tem havido crescimento no interesse em estar presente aqui”.
Na terça-feira (24), a Conceito Brasil organizou duas palestras que podem ajudar as empresas em seu esforço para participar do maior mercado consumidor do planeta. Oscar Torres Neto, da Oak Int’l – empresa especializada em importação, exportação e logística – e Camila Lomanto , gerente de Logística da Imperial Freight Brokers, explicaram aos participantes os caminhos a ser seguidos para quem quiser ter sucesso em exportar para a América do Norte.

Ligia Pereira e Roberta Raposo da Akron Internacional
Aliás, Ligia Pereira e Roberta Raposo, sócias da Akon International (empresa especializada em assessoria em termos de negociações internacionais) ratificaram a necessidade de se fazer a lição de casa antes de pensar em exportar. “Quando contatamos uma empresa interessada, orientamos que ela faça pesquisa de mercado, adapte as embalagens de seus produtos e analise com critério qual o melhor mercado externo para aqueles produtos”, comentou Roberta.
Com escritórios na América do Norte, Europa e China, a Akon atua desde 2003 e possui uma carteira de 60 clientes, entre importadores e exportadores. Sediada em Maringá (PR), Akon cuida de todo o processo necessário de internacionalização dos produtos brasileiros, cuidando da emissão de licença de importação no Brasil, de exportação no país estrangeiro, bem como de logística. “É impressionante como algumas empresas não têm a menor noção do que seja exportar produtos. Sempre orientamos nossos clientes a balancear a produção entre o mercado interno e o externo”, aconselhou Roberta.
Oscar Torres ecoou este aspecto: “Muitas empresas sequer sabem que é necessário investir para participar do mercado externo. Alguns empresários acham que basta colocar alguém aqui para vender seus produtos sem nenhum tipo de apoio“.
Ligia Pereira, sócia de Roberta, afirmou que o Brasil tem 16 milhões de empresas. “Deste total, somente 20 mil empresas exportam, o que representa apenas 1% das exportações mundiais. Além de aumentar o faturamento, exportar eleva o status da empresa, portanto, isto se reflete também no mercado interno. Ou seja, confere aos produtos um selo internacional”, realçou Ligia.
Algumas empresas participantes
Cliente da Akon International, a Chef Foods participa pela primeira vez da Americas Food & Beverage. A empresa cuja sede fica no Maringá, norte do Paraná, tem uma linha de produtos alimentícios bem variada, idealizada por Alexandre Dantas, chef de cozinha e dono da empresa junto com sua esposa, Suzi. Ela apresenta o catálogo no qual constam os produtos fabricados pela Chef Foods: várias opções de pão de queijo, polentas, chipas, mini churros, tortas e cookies.
A empresa produz 300 toneladas por mês em sua fábrica de seis mil metros quadrados, que abriga 120 funcionários. O faturamento da Chef Foods é de R$ 25 milhões por ano e atua mais fortemente nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. “Estamos nas lojas tanto com nossa marca própria como também com marcas terceirizadas”, explicou Suiz Dantas, que deseja encontrar alguém que represente a Chef Foods no mercado da América do Norte.

Marcio Escobar, diretor da Miss Croc
Marcio Escobar da Miss Croc também esteve na Americas Food & Beverage pela primeira vez. Ele trouxe produtos com forte apelo para o segmento saudável. A empresa desenvolveu uma linha de granola salgada, em cinco versões, que vem fazendo bastante sucesso no mercado de comidas saudáveis no Brasil. “O faturamento da Miss Croc é de R$ 1 milhão/mês e no ano passado esta média era de R$ 200 mil/mês. Em termos de pontos de venda, tínhamos 250 clientes em 2018. Este ano, esperamos fechar com 700 clientes – quase o triplo”, exultou Escobar.
O atestado mais significativo que a empresa recebeu, segundo Escobar, foi a aprovação do Departamento de Oncologia do Hospital Alberto Einstein, de São Paulo. “Nossos produtos são importantes para o pós-terápico. Depois da quimioterapia, o paciente necessita de mastigação, reposição integral e sensação de saciedade. Nossos produtos preenchem estes requisitos. Hoje, estamos presentes em todas as áreas do Einstein, assim como somos fornecedores dos principais pontos de venda de produtos naturais”, explicou Escobar, que investe bastante nos grãos brasileiros.
Até mesmo uma empresa fabricante de uniformes esteve presente na Americas Food & Beverage pela primeira vez. A DAM Uniforms também esteve em outra feira para divulgar seus uniformes. A empresa, sediada em Recife, é líder no segmento de uniformes para restaurantes.

Paulo Paiani e João D’arru Costa, dono da DAM Uniforms
João D’arru Costa, diretor comercial da DAM, revelou que a companhia também fornece uniformes para faculdades de culinária e hospitais, além do setor de food service. “Já vendemos nossos uniformes aqui através da Amazon e de nosso website. Os profissionais optam pelas nossas confecções em razão de usarmos tecidos e designs diferentes”, explicou Costa.
O propósito do empresário desta emprea de 28 anos, fundada pela mãe dele, é abrir uma loja aqui na Flórida. “Temos lojas em várias capitais do Nordeste, e aqui estamos em busca de uma parceria. Se alguém tiver um ponto ocioso, podemos firmar um contrato no qual fornecemos nossos produtos para comercialização. É um modelo de parceria, e não de franquia”, destacou Costa.
Com tantas alternativas, não surpreende o Pavilhão Brasil ter sido um dos mais visitados na 23ª edição da Americas Food & Beverage.
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