Dados do Ranking do Comércio Exterior apontam São Paulo como o estado brasileiro que mais exporta no Brasil. Para o economista Carlo Barbieri, considerando os possíveis cenários após a pandemia do Covid-19 o estado de São Paulo terá protagonismo no comércio exterior brasileiro se mantiver os Estados Unidos e a China no seu quadro exportador principal.

O estado de São Paulo lidera o ranking de estados que mais exportam há alguns anos, segundo informações da ComexVis, que analisou o período de janeiro a outubro de 2019. Mesmo tendo uma queda na sua variação de janeiro a outubro de 2019 de cerca de 9,78% negativos, o estado acabou o mês de outubro representando 21,2% do total das exportações brasileiras.

Dentre os principais países compradores de produtos paulistas, destacam-se os Estados Unidos (EUA), com 17,36%, e a China, com 12,46% das exportações paulistas. Principais produtos exportados por São Paulo são óleos brutos de petróleo; demais produtos manufaturados; aviões; açúcar de cana em bruto; máquinas e aparelhos para terraplanagem, perfuração, etc; soja, mesmo triturada; automóveis de passageiros, peças e motores; suco de laranja não congelado.

Considerando os possíveis cenários após a pandemia do Covid-19, São Paulo terá protagonismo no comércio exterior se mantiver os Estados Unidos e a China no seu quadro exportador principal. Mesmo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgando uma estimativa de como a pandemia deve impactar exportações em, pelo menos, R$18,6 bilhões, o analista político e economista brasileiro que preside o Oxford Group nos EUA há mais de 30 anos, Carlo Barbieri, destaca que São Paulo terá protagonismo no comércio exterior pós Covid-19.

Para o economista, se São Paulo aplicar estratégia visionária neste momento, poderá se beneficiar no comércio exterior e na exportação de seus produtos. “Com relação ao comércio exterior o estado de São Paulo deve se preparar para continuar exportando à China e aos EUA, países que estão fora da curva das perdas mundiais no comércio internacional e devem recuperar suas economias mais rapidamente”, avalia o analista político Carlo Barbieri.

A crise é mais uma grande oportunidade para o Brasil, destaca o economista. “As grandes empresas internacionais que produzem na China estão procurando por um berço para suas atividades industriais e o Brasil pode atrair boa parte delas para fincar âncoras no país,” afirma Barbieri.

Agronegócio estável

A previsão do economista pode estar correta. As exportações do agronegócio brasileiro em março deste ano não foram afetadas negativamente pela pandemia do novo coronavírus, de acordo com o Ministério da Agricultura. As exportações do agronegócio alcançaram $9,2 bilhões em março, anunciou o ministério. Soja em grãos, carne bovina in natura e açúcar puxaram as vendas externas. China foi responsável por 41% das compras.

As vendas externas no mês de março deste ano foram de $9,29 bilhões, com expansão de 13,3% em relação a março do ano anterior ($8,20 bilhões), crescimento em valores absolutos de $1,09 bilhão. As exportações do agronegócio subiram em função do aumento da quantidade exportada (18,8%). Já o índice de preço dos produtos exportados caiu 4,7%, de acordo com a Balança Comercial do Agronegócio, elaborada pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do ministério.

Os três produtos responsáveis pelo incremento das exportações do agronegócio foram soja em grão ($3,98 bilhões), açúcar ($441 milhões) e carne bovina in natura ($555 milhões). A participação da China nas exportações do setor passou de 34,2% (março/2019) para 41% (março/2020).