No ano letivo de 2018/2019, 16.059 brasileiros estavam matriculados em cursos e instituições de ensino dos Estados Unidos, de acordo com o relatório Open Doors, divulgado anualmente pelo Instituto de Educação Internacional (IEE, na sigla em inglês) e pelo departamento de Estado do governo americano. Com isso, o Brasil supera o México e sobe para a 9ª posição de países que mais mandam alunos para os EUA. China, Índia e Coréia do Sul lideram o pódio.
A pergunta que não quer calar é: quem são os brasileiros que estão se candidatando em escolas do exterior?
De acordo com o advogado Vinícius Bicalho, mestre em Direito no Brasil e nos Estados Unidos e CEO da Bicalho Consultoria Legal – empresa especializada em migração, internacionalização e negócios, tributos e franquias, o perfil dos estudantes que têm ido para os Estados Unidos mudou bastante nos últimos anos. Se antigamente as pessoas saíam do seu país de origem a fim de fazer intercâmbio e aperfeiçoar o inglês, hoje são profissionais de alto nível que desejam aprimorar o currículo e, quem sabe, permanecer nos EUA.
“Os brasileiros estão buscando agora cursos de graduação, mestrado e doutorado, qualificações do mais alto nível no exterior. Na grande maioria das vezes, são profissionais já capacitados no Brasil, mas que agora desejam agregar valor ao currículo, pensando na possibilidade de permanecerem no país. Saúde, engenharia e tecnologia da informação são as áreas mais procuradas atualmente”, explica.
Vistos para os estudantes
O visto F-1 é o mais solicitado por estrangeiros que pretendem estudar nos Estados Unidos, mas existem outras modalidades que dependem do perfil profissional de cada cidadão. Para Bicalho, é importante frisar que as categorias voltadas para os estudantes não dão a permissão da pessoa trabalhar nos EUA, podendo ser considerada ilegal no país, caso as regras sejam descumpridas e enfrentar grandes problemas no futuro se quiser se candidatar a um visto novamente.
“Os candidatos a estudantes nos Estados Unidos têm que ficar atentos, pois muitos imaginam que os vistos de estudantes são como uma espécie de ‘visto teste-drive’. O visto de estudante é para quem realmente deseja estudar, comprovando que tem condições financeiras de se manter no país sem precisar trabalhar. Não é voltado para quem tem a intenção de passar um tempo no país, trabalhar normalmente e viver como se estivesse no Brasil. Se a imigração checar que a pessoa está distorcendo a finalidade do visto, corre-se o risco de ser impedido de entrar no EUA por muitos anos. Alguns vistos de estudantes permitem o trabalho desde que como atividade complementar à formação estudantil”, finaliza o advogado.
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