Quatro dias que podem valer uma vida. Ou, melhor, uma mudança de vida. Para melhor. É desse modo que podemos qualificar o USA Immersion, o curso prático destinado às pessoas que desejam fazer negócios e/ou viver nos Estados Unidos, ministrado por especialistas brasileiros que conhecem a realidade local e podem instruir sobre como proceder para obter sucesso nessa empreitada.
A semana passada em Fort Lauderdale (mais exatamente no Conrad Hotel) servirá como um mapa a ser seguido a fim de diminuir a possibilidade do fracasso e sobretudo evitar ser vítimas de espertalhões que prometem muito e não entregam nada. Quem entrega são os incautos que dão dinheiro a esses falsos “consultores” e perdem seu investimento e o sonho de se estabelecer nos Estados Unidos.
A abertura do curso foi feita por Manoel Suhet, presidente do Global Business Institute (GBI), que contou sua própria experiência de passar de executivo de multinacionais para empreendedor. A fim de facilitar a compreensão, o grupo GBI dividiu o curso em dez etapas: 1) Entendimento do Mercado; 2) Pesquisa de Mercado; 3) Estratégia de Marketing e Plano de Vendas; 4) Plano de Negócios e Captação de Investimentos; 5) Execução do Plano de Negócios; 6) Abertura de Empresa e Vistos de Imigração; 7) Plano de Comércio e Marketing Digital; 8) Importação e Exportação; 9) Logística Internacional e Distribuição Interna; 10) Atendimento ao Cliente.
Como os criadores do GBI enfatizaram o tempo todo, cada um deles é especialista em um segmento, “cada um no seu quadrado”, conforme frisou Suhet. Portanto, o primeiro a expor sua expertise foi Zeno Silva, especialista em Pesquisa de Mercado. Afinal, ele foi executivo da Philip Morris nesta área e domina muito bem o assunto. Zeno fez questão de destacar que Pesquisa de Mercado é o alicerce de uma empresa, sobretudo para quem quer se instalar em um país diferente.
Depois, foi a vez de Antonio Miranda, head de Marketing e Vendas, destacar a importância de ser humilde quando o empresário chega a um local totalmente novo. “Temos de ser como crianças e dispostos a aprender tudo de novo”, enfatizou o palestrante. E o foco total tem de ser totalmente em vendas. Para isto, porém, é preciso conhecer seus consumidores, os concorrentes e a legislação. Sem considerar estes elementos, as chances de fracasso aumentam significativamente.
Como construir crédito e fazer um plano de negócios
Após o almoço, Cássio Segura, presidente da Brazilian American Chamber of Commerce of Florida (BACCF) e vice-presidente da Bright Capital, fez uma explanação sobre como construir crédito nos Estados Unidos para quem acaba de chegar e como obter financiamentos pessoais e empresariais.
A palestra foi bastante interessante porque os que estão em processo de mudança puderam absorver os ensinamentos sobre como proceder para obter um bom crédito no país, algo essencial para quem mora nos EUA, e até mesmo como conseguir financiamento para investir em suas empresas.
Na sequência, uma das palestras mais interessantes. Juliano de Oliveira, head de Estratégia do GBI, falou sobre os diversos planos de negócios e suas diferentes finalidades. Os mais comuns são aqueles elaborados para ser apresentado às diretorias das companhias; os que desejam captar investidores; os destinados ao Serviço de Imigração, feito para obtenção de vistos para investidores; e os que contemplam estudos de viabilidade.
Com a experiência de ter sido executivo do Projeto Carajás, Oliveira explicou que um bom plano de negócios deve enquadrar elementos como projeção financeira, investimentos, clientes e fornecedores, e atração de talentos para a companhia. Os elementos fundamentais de um bom plano de negócios deve conter: sumário executivo, análise de mercado, proposta de valor, posicionamento de mercado, descrição da operação, pessoas e competências, cronograma, projeções financeiras, análise/mitigação de riscos, e apêndices.
“Baseado em fatos e dados, o Plano de Negócios deve resultar em um documento de 60 páginas que embasa seu negócio”, observou o diretor do GBI. Os motivos pelos quais um plano de negócios pode falhar são: falta de entendimento, pessimismo x otimismo, desconhecimento da legislação, mau dimensionamento, falha de comunicação, equipe despreparada, falha na implementação, e falta de controle.
Sobre a captação de capital, Oliveira foi taxativo: “O pitch precisa ser simples, e o expositor precisa conhecer sua audiência, fazer uma apresentação de bom nível, usar imagens, evitar perguntas embaraçosas e sobretudo ir direto ao ponto e ser confiante, enfim, demonstrar paixão por seu projeto”, finalizou Oliveira, bastante aplaudido.
O primeiro dia do USA Immersion, na segunda-feira (18), encerrou com exposição de duas empresas brasileiras de tecnologia: JurITis/TOTUS e Evox.
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